quinta-feira, 19 de março de 2009

Posicionamento da Igreja Católica

Logo após postar o cordel abaixo (que ainda digo que vale a pena ser lido) soube - pela minha amiga Tati - que a Igreja falou sobre o assunto. O posicionamento foi feito pelo presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Dom Rino Fisichella, no jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano.

O texto foi publicado na íntegra pela Rádio Vaticano. Como ele é muito longo, segue alguns trechos que considero mais importantes:

"Carmen deveria ter sido em primeiro lugar defendida, abraçada, acariciada com doçura para fazê-la sentir que estamos todos com ela; todos, sem exceção. Antes de pensar na excomunhão era necessário e urgente salvaguardar sua vida inocente e recolocá-la num nível de humanidade da qual nós homens de Igreja devemos ser anunciadores e mestres. Assim não foi feito e, infelizmente, a credibilidade de nosso ensinamento sofre com isso, pois aparece aos olhos de muitos como insensível, incompreensível e sem misericórdia. É verdade, Carmen trazia consigo outras vidas inocentes como a sua, não obstante fossem frutos da violência, e foram ceifadas; isso, todavia, não basta para fazer um julgamento que pesa como uma guilhotina."

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"O respeito devido ao profissionalismo do médico é uma regra que deve envolver todos e não pode consentir chegar a um julgamento negativo sem antes considerar o conflito criado em seu íntimo. O médico traz consigo sua história e sua experiência; uma escolha como essa de ter que salvar uma vida, sabendo que coloca em sério risco outra, jamais é vivida com facilidade."

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"São outros que merecem a excomunhão e o nosso perdão, não os que lhe permitiram viver e ajudam a recuperar a esperança e a confiança, não obstante a presença do mal e a maldade de muitos".

Enfim, uma resposta que não apaga, mas mostra que é preciso sim, voltar atrás e reconhecer os erros.
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Nota: Carmem foi o nome fictício dado à menina pelo autor do texto.

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